Para qualquer um, aquela era uma noite normal, de um sábado normal. Igual a qualquer outra. Com estrelas e uma Lua em sua fase cheia, que brilhava mais que tudo e que iluminava quem se encontrava abaixo dela. Uma noite completamente bela, porém normal.
Mas não para ela.
Para ela, aquilo era diferente. Ela esperara por aquilo por mais de um ano. Esperara sem saber se aconteceria, se não seria somente mais uma promessa jogada ao vento, como tantas outras. Ela esperara anciosamente, contando cada dia, hora, minuto e segundo. E agora, ali estava ela, aonde sonhara que estaria, ao longo de tanto tempo. Bela, como jamais esteve antes. Confiante, em si mesma e nos que estavam com ela. Amedrontada, é fato, mas quem não estaria, se colocado naquela situação?
De repente, chegou a hora. O dia parecia ter passado rápido demais depois que ela cansara de contar os minutos para que chegasse o momento. Como num piscar de olhos, ela havia saído de sua casa e chegado em seu sonho. Saiu do carro, e se jogou no sonho. No seu sonho, que, ela sabia, não era exatamente seu, mas era como se fosse.
Uma vez lá dentro, se encantou com aquele mundo de tal forma que, quando tudo chegou ao fim, não queria mais sair. Ela recusava se retirar, e tirar de si o que restava de lá - as lembranças. Por mais algum tempo, dias e dias, a menina se feriu com as lembranças. Derramava lágrimas prateadas ao lembrar dos momentos maravilhosos que havia vivido. Momentos, ela sabia muito bem, que jamais tornariam a acontecer. E todas as noites, por muitos meses, a menina continuava a chorar. Mesmo sem motivo aparente. Mesmo parecendo uma infantilidade. Mesmo sendo em vão, ela chorava. Chorava por não ter e não pertencer à aquele mundo. Chorava por aquele momento ter sido rápido demais e marcante demais. Chorava tanto, chorava por tudo, que um dia parou de chorar.
Não haviam restado lágrimas.
Texto de algum tempo atrás, que hoje não faz sentido algum.
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