terça-feira, 29 de junho de 2010

Pontos de luz .

Pela primeira vez em muito tempo, essa noite não te encontrei em meus sonhos . Não senti o vazio de sempre ao acordar, não senti tua falta . Não desejei levantar e me arrumar para encontrar você na porta daquela velha escola . Não desejei ter você .
Não sei o que está acontecendo . O tempo está passando rápido essa manhã, o céu está claro e o Sol brilha, e já posso enxergar os pequenos pontos de luz atravessando a cortina branca que se encontra fechada, como em todas as manhãs . E, do mesmo modo que vejo a luz entrar em meu quarto, vejo também você saindo da minha vida . De alguma forma, sei que isso é o melhor a se fazer, deixar você partir . Preciso te esquecer, preciso me curar, e sei que as minhas feridas estão começando a se fechar . Apenas se fechar, nada mais . Mas já é um grande começo .
Vou utilizar todos os segundos que eu estiver longe de você para cuidar dessas feridas e torná-las apenas cicatrizes . E vou tomar o máximo de cuidado para não fazê-las reabrirem e permitir que minha doença volte . Sei que, por pior que eu esteja agora, daqui a alguns meses estarei recuperada novamente . E nesse momento encontrarei com o teu olhar e te mostrarei tudo que enfrentei e superei por você . Talvez aí você perceba o quanto você perdeu e queira recomeçar .
Mas vai ser tarde demais, meu querido . Tarde demais para você se tocar .

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